Pastinha - O menino que virou mestre de capoeira

A vida e ginga de um jovem mulato que vivia nas ruas do Pelourinho, no Centro histórico de Salvador, é tema do livro “Pastinha – O menino que virou mestre de capoeira”, de José de Jesus Barreto e Cau Gómez, com edição da Solisluna Editora, que será lançado amanhã, às 18 horas, na Livraria Cultura no Salvador Shopping.
A ilustração do livro ficou a cargo do artista Cau GomezEra uma vez ... um menino mulatinho, esperto e miúdo nascido no Pelô que, depois de muito brincar e brigar na rua, tornou-se o maior de todos os mestres da capoeira Angola da Bahia. O nome desse menino virou lenda, mundo afora, mas a história de mestrepastinha é real e está contada, tim-tim por tim-tim neste livro de José de Jesus Barreto e Cau Gomez com edição cuidadosa da Solisluna Editora e que será lançado dia 27 de janeiro às 18 horas na Livraria Cultura no Salvador Shopping.

O livro "Pastinha - O menino que virou mestrede capoeira" conta, em letras e desenhos, a história verdadeira de como o mirrado menino Vicente Ferreira Pastinha, nascido na Rua do Tijolo, Pelourinho, Centro Histórico de Salvador, no ano de 1889, aprendeu o jogo da capoeira, ainda guri, tornando-se, de meados do século XX em diante, o criador e maior de todos os mestres da capoeira Angola da Bahia,
uma arte que ganhou o mundo. A história da iniciação do menino, através dos ensinamentos do negro banto e ex-escravo chamado Benedito, foi contada pelo próprio Pastinha, numa entrevista datada de 1967, e é recontada no texto do jornalista e escrevinhador José de Jesus Barreto e também através dos desenhos do artista gráfico Cau Gomez, ilustrações que dão ao livro um toque de obra de arte, um encantamento a mais para os olhos de crianças, jovens e adultos.

Com 32 páginas ilustradas em cores e duas fotos do mestre Pastinha feitas por Zélia Gattai na primeira metade dos anos 1960, o livro "Pastinha - O menino que virou mestre de capoeira" editado pela Solisluna Editora, com edição, design e projeto gráfico de Valéria Pergentino, Enéas Guerra e Elaine Quirelli. Impresso em papel couché pela Gráfica Santa Marta.
SERVIÇO

LANÇAMENTOS DO LIVRO "Pastinha - O menino que virou mestre de capoeira" Autores: José de Jesus Barreto e Cau Gomez Solisluna Editora QUANDO: Dia 27 de janeiro, às 18 horas ONDE: Livraria Cultura do Salvador Shopping PREÇO: R$35,00

+ CONTATOS (outras informações e entrevistas): Solisluna Design Editora: 71 3379.6691 - 9964.4817valeria@solislunadesign.com.br José de Jesus Barreto: 71 3378.7703 - 9911.4654 zedejesusbarreto@uol.com.br Cau Gomez: 71 3240.4079 - 8898.4079 caugomez@uol.com.br

Mandinga

Além da história da iniciação e das pernadas de Pastinha pelas ruas da cidade, o livro toca nos ensinamentos do mestre: o significado da capoeira Angola, a importância do berimbau na roda do jogo e da ginga na arte da vida, além de mostrar os principais golpes da luta que também é dança, jogo, reza, manha, vadiação e arte... "é mandinga de escravo em ânsia de liberdade", como bem ensinou o mestre.

A idéia de fazer um livro para crianças e jovens sobre a figura de Pastinha, um mito, uma lenda baiana, surgiu com a da obra intitulada "Pastinha, O grande mestre da capoeira Angola" , escrita pelos jornalistas José de Jesus Barreto e Otto Freitas. "Vimos que a história era curiosa, encantadora e se encaixaria muito bem em nossa proposta editorial de publicar livros para crianças e jovens que também agradam os adultos. Então, convidamos José de Jesus Barreto, autor de outros títulos de nossa editora, para essa parceria, sugerindo a elaboração de um novo texto apropriado, mais enxuto, numa linguagem voltada a esse público leitor que muito nos interessa; e o resultado nos agradou bastante", conta a editora Valéria Pergentino, diretora da Solisluna.

Seu companheiro, que é também diretor da Solisluna, o editor, designer e artista gráfico Enéas Guerra, então de acordo com o autor do texto, convidou o premiado Cau Gomez para criar as ilustrações fundamentadas no escrito. "Os desenhos em cores de Cau são lindos, têm uma luz própria que dá um clima, um movimento e ambientam a história no tempo e no espaço em que tudo aconteceu, o centro antigo da cidade de Salvador numa determinada época de sua história, os sobrados e as ruas do Pelourinho, sua gente...", comenta Enéas.

"Pastinha é um naco simbólico de uma certa Bahia cantada por Caymmi, descrita por Jorge Amado, desenhada por Carybé... O mestre de capoeira, que era ainda um filósofo, um educador, um pensador popular de grande talento, ajudou também a construir com sua arte o mito da baianidade, escreveu um instigante capítulo da história de nossa gente mestiça" reflete o autor do texto, que conheceu Pastinha já bem idoso, na sua "academia" de capoeira Angola, no Largo do Pelourinho, integrado à paisagem urbana de então.

O artista gráfico Cau Gomez ficou feliz com o resultado do trabalho: "É a história fantástica de um guerreiro do povo, um genuíno homem baiano, que com ritmo e mandinga, ensinou a arte da luta de resistência. Tentei passar isso com meu traço."

"Pastinha - O menino que virou mestre da Capoeira" é um livro de arte para crianças e jovens, que pode ser visto e lido com prazer, também, por meninos e meninas de todas as idades, mesmo crescidos, já adultos. Um trabalho educativo e coletivo, criado e realizado em harmonia plena: idéias, fotos, desenhos, cores, textos... Um regalo, digno das artes, manhas e sabedorias do pequenino e grandioso mestre Pastinha, um símbolo da Bahia.

Qual seu Estilo? Angola ou Regional

A Angola é o estilo mais próximo de como os escravos jogavam a Capoeira, caracterizada por ser mais lenta, movimentos furtivos executados perto do solo. Ela enfatiza as tradições da Capoeira, sua música é lenta e quase sempre está acompanhada por uma bateria completa de instrumentos. O nome "Angola" já começa a aparecer com os negros que vinham para o Brasil oriundos da África, embarcados no Porto de Luanda que, independente de sua origem, eram designados na chegada ao Brasil de negros de Angola. Mestre Pastinha (Vicente Ferreira Pastinha) foi quem cunhou o termo Angola e o imortalizou ao inaugurar em 23 de fevereiro de 1941 o Centro Esportivo de capoeira Angola (CECA). Caracterizada por ser estratégica, com movimentos furtivos executados perto do solo ou em pé dependendo da situação a enfrentar, ela enfatiza as tradições da malícia, da malandragem, sendo comum, à primeira vista, interpretá-lo como jogo não perigoso ou não elaborado. Contudo o jogo Angola se assemelha ao xadrez pela complexidade dos elementos envolvidos. Por não ter uma sistemática estruturada de aprendizado como a Regional, seu domínio é muito mais complicado, envolvendo não só a parte mecânica do jogo, mas também características como sutileza, o subterfúgio, a dissimulação ou mesmo a brincadeira para superar o oponente. Um jogo de Angola pode ser tão ou mais perigoso do que um jogo de Regional. A bateria típica em uma roda de capoeira Angola é composta por três berimbaus, dois pandeiros, um atabaque, um agogô e um ganzuá.
O estilo atual de capoeira é conhecido como Regional e foi nomeado pelo Mestre Bimba (Manuel dos Reis Machado), seu criador, no momento de sua criação, visto que essa era uma luta tipicamente baiana, ele denominou de Luta Regional Baiana, a qual tornou-se rapidamente popular, levando a Capoeira ao grande público e mudando a imagem do capoeirista tido no Brasil até então como um marginal. A Regional é mais recente, com elementos fortes de artes-marciais em seu jogo. Seu jogo é mais rápido, acrobático e atlético. Entre os movimentos mais característicos estão os saltos, acrobacias (conhecidas na capoeira como floreio), chute em rotação, mas também há rasteiras, cabeçadas e movimentos perto do solo. Em toques rápidos como São Bento Grande de Bimba os golpes são desferidos em grande velocidade e frequência, o que pode tornar o jogo perigoso, porém extremamente belo. Ambos os estilos são marcados pelo uso de dissimulação e subterfúgio - a famosa mandinga - e são bastante activos no chão, sendo frequentes as rasteiras, chapas e cabeçadas.
A partir da década de 1970 um estilo misto começou a adquirir notoriedade, com alguns grupos unindo os fatores que consideravam mais importantes da Regional e da Angola. Notadamente mais acrobático, este estilo misto é visto por alguns como a evolução natural da capoeira, por outros como descaracterização ou até mesmo mal-interpretação das tradições capoeirísticas.
Com o tempo toda capoeira que não seguia as linhas da Regional ou da Angola, mesmo as amalgamadas com outras artes-marciais, passou a se denominar Contemporânea.
Assim, os estilos se diferem, principalmente, pela velocidade de execução dos movimentos: Angola muito lenta e malandra com um pouco de malícia; Regional super rápida e com movimentos precisos. Do mesmo modo, os movimentos na ora do jogo defere os dois estilos por, na primeira, ser realizada, na sua maioria, em movimentos rentes ao chão, enquanto na segunda são realizados no alto. Assim como os instrumentos e, consequentemente, as músicas. Na Angola os instrumentos são tocados de forma mais simplória, com menos detalhes, diferente da Regional.

Capoeira pode ganhar seu primeiro game


Considerada a mais brasileira das artes marciais, a capoeira pode ganhar, em 2011, o primeiro jogo para chamar de seu. Fora os games online, como “Capoeira Fighters”, o estilo de luta tipicamente brasileiro nunca foi explorado em um game.
Até hoje, a capoeira só existe para o mundo dos games em participações pontuais, em jogos como “Fatal Fury” (1991), “Street Fighter III” (1997) e “Tekken 3” (1998). Há três anos, a produtora italiana Twelve Games tenta corrigir esta falha. Desde dezembro de 2007, trabalha no desenvolvimento de “Martial Arts: Capoeira”, game inicialmente previsto para o final de 2008, depois adiado para 2009, e posteriomente para 2010, e agora, de acordo com a própria produtora, finalmente sairá em 2011.




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