Qual seu Estilo? Angola ou Regional

A Angola é o estilo mais próximo de como os escravos jogavam a Capoeira, caracterizada por ser mais lenta, movimentos furtivos executados perto do solo. Ela enfatiza as tradições da Capoeira, sua música é lenta e quase sempre está acompanhada por uma bateria completa de instrumentos. O nome "Angola" já começa a aparecer com os negros que vinham para o Brasil oriundos da África, embarcados no Porto de Luanda que, independente de sua origem, eram designados na chegada ao Brasil de negros de Angola. Mestre Pastinha (Vicente Ferreira Pastinha) foi quem cunhou o termo Angola e o imortalizou ao inaugurar em 23 de fevereiro de 1941 o Centro Esportivo de capoeira Angola (CECA). Caracterizada por ser estratégica, com movimentos furtivos executados perto do solo ou em pé dependendo da situação a enfrentar, ela enfatiza as tradições da malícia, da malandragem, sendo comum, à primeira vista, interpretá-lo como jogo não perigoso ou não elaborado. Contudo o jogo Angola se assemelha ao xadrez pela complexidade dos elementos envolvidos. Por não ter uma sistemática estruturada de aprendizado como a Regional, seu domínio é muito mais complicado, envolvendo não só a parte mecânica do jogo, mas também características como sutileza, o subterfúgio, a dissimulação ou mesmo a brincadeira para superar o oponente. Um jogo de Angola pode ser tão ou mais perigoso do que um jogo de Regional. A bateria típica em uma roda de capoeira Angola é composta por três berimbaus, dois pandeiros, um atabaque, um agogô e um ganzuá.
O estilo atual de capoeira é conhecido como Regional e foi nomeado pelo Mestre Bimba (Manuel dos Reis Machado), seu criador, no momento de sua criação, visto que essa era uma luta tipicamente baiana, ele denominou de Luta Regional Baiana, a qual tornou-se rapidamente popular, levando a Capoeira ao grande público e mudando a imagem do capoeirista tido no Brasil até então como um marginal. A Regional é mais recente, com elementos fortes de artes-marciais em seu jogo. Seu jogo é mais rápido, acrobático e atlético. Entre os movimentos mais característicos estão os saltos, acrobacias (conhecidas na capoeira como floreio), chute em rotação, mas também há rasteiras, cabeçadas e movimentos perto do solo. Em toques rápidos como São Bento Grande de Bimba os golpes são desferidos em grande velocidade e frequência, o que pode tornar o jogo perigoso, porém extremamente belo. Ambos os estilos são marcados pelo uso de dissimulação e subterfúgio - a famosa mandinga - e são bastante activos no chão, sendo frequentes as rasteiras, chapas e cabeçadas.
A partir da década de 1970 um estilo misto começou a adquirir notoriedade, com alguns grupos unindo os fatores que consideravam mais importantes da Regional e da Angola. Notadamente mais acrobático, este estilo misto é visto por alguns como a evolução natural da capoeira, por outros como descaracterização ou até mesmo mal-interpretação das tradições capoeirísticas.
Com o tempo toda capoeira que não seguia as linhas da Regional ou da Angola, mesmo as amalgamadas com outras artes-marciais, passou a se denominar Contemporânea.
Assim, os estilos se diferem, principalmente, pela velocidade de execução dos movimentos: Angola muito lenta e malandra com um pouco de malícia; Regional super rápida e com movimentos precisos. Do mesmo modo, os movimentos na ora do jogo defere os dois estilos por, na primeira, ser realizada, na sua maioria, em movimentos rentes ao chão, enquanto na segunda são realizados no alto. Assim como os instrumentos e, consequentemente, as músicas. Na Angola os instrumentos são tocados de forma mais simplória, com menos detalhes, diferente da Regional.

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